terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Despejo mental.

O texto a seguir, foi escrito em menos de cinco minutos, acredite se quizer. Ouvindo Muse.

‘Todos esperando apenas uma coisa na vida. E tantos pontos de vista tão parecidos, e distantes. Eu queria estar entre eles, em busca de algo valioso para mim. Mas estava longe demais, distante demais, em algum lugar que nem eu podia ver o que estava falando, dizendo, escrevendo. Todos tinham suas faces úmidas de alguma coisa, que alguns chamam de lágrima. Eu tinha meu rosto seco, ansioso, por algo que o molhasse. Não havia água que não fossem as lágrimas ali. Não havia nem mesmo a memória de um mundo diferente, e ninguém sabia o que fazia ali. Mas estavam todos perdidos, em um lugar desconhecido. E ainda assim ninguém se importava se estavam longe de casa. Pois queriam apenas viver.

E eu não entendia. O que eles queriam? O que eu queria? Eu esperava também, eu esperava todas as minhas respostas. Eles esperavam seus milagres particulares, eu esperava o milagre de minha vida. Eu não sabia se tinha vida, devia ter. Se estava ali, escutando tantas preces. Escutando tantas palavras, das quais eu não sabia o significado. De onde vieram tantas coisas? De onde surgiu tantos planetas, tantos mundos, tantas estrelas. Deus, onde eu fui parar? Eu fui criança, eu fui inocente, e hoje eu vejo que no mundo existe uma grande massa de maldade, camuflada na bondade que a fez surgir. Então eu vejo como o céu desse lugar é manchado. Não são nuvens, é algo que se aproxima da escuridão e a claridade. E ainda assim não são exatamente cores. Eu podia dizer que eram apenas formas, talvez fosse algum tipo de vida não identificado por mim. Eu precisava voar dali, e sair. Não agüentava a pressão que aquele mundo exercia sobre a minha cabeça. Eu precisava, necessitava sair dali. E para onde eu iria? Para onde minha vida iria? A massa de vida caminhava muito lentamente, para todos os lados. Mas era muito estranho, pois iam em todas as direções e permaneciam juntos. Eu passava entre eles, e reconhecia algumas faces, e não podia dizer seus nomes. Eles não sabiam quem eu era, não mais. Eles não sabiam quem haviam se tornado. Suas faces distorcidas, como a minha própria. Sua carne caindo de seu corpo, e continuavam andando como se fossem perfeitos. Eu queria entender porque, por que tanta gente suspirando e andando, atrás de algo, que eu nunca vi. Que elas nunca viram. Eu me desesperava, ao mesmo tempo em que uma imensa calma atingia meu corpo, era algo como uma aflição. E então uma das minhas memórias, um de meus sonhos. Meu estômago revirou-se. Nessa hora minha cabeça girou, e vi parte de meu braço no chão, mas não havia a dor. Onde estava a lógica daquele mundo? Eram todos os humanos... Todos os humanos... E eu, era uma humana também. Tomando um rumo qualquer, em um lugar qualquer, junto á pessoas que nunca havia visto. Longe de minha casa, minha família, e eu não sentia tanta falta quanto deveria, pois eu queria andar, e esquecer de tudo que já havia ouvido nessa vida. Eu sentia-me seca, seca, seca. Eu sentia vontade de correr, mas não conseguia. Eu caminhava e andava, não sabia se era por cima da água, da terra, areia. Era apenas um lugar, aleatório no mundo, de uma forma que eu não compreendia. Minha alma tão suja, eu não podia compreender. Eu estava perdida, no meio de tanta gente, e pensei por um segundo sobre todas as pessoas que eu lembrei-me. Estavam todas distantes, em lugares que eu não sabia onde eram. Eu não via mais nenhum rosto conhecido, não vi ninguém parecido comigo. Eram todas as pessoas do mundo, andando em várias direções. Com um rumo em mente, com um pedido em mente. Mas não havia nada ali. E eram pessoas demais, de uma certa maneira, o mundo parecia ter reduzido seu tamanho. Eu queria fugir daquele lugar que eu não conhecia, eu esperava sumir, e lá não havia nenhum buraco, nenhum esconderijo. Então meu estômago revirou-se outra vez, fiquei tonta, quis cair e não consegui. Olhei para o céu, e ficava cada vez menos claro. Eu esperava um tremor que sacudisse aquele lugar, pois eu não agüentava mais... Então um tremor. Eu cai ao chão, junto com todas aquelas pessoas, e todo aquele mundo indo abaixo, aquele céu caindo sobre a minha cabeça, buracos se abrindo na terra, pessoas subindo aos céus, eram coisas estranhas para compreender, estávamos apenas chacoalhando, e eu dei um grito, que todos ouviram, eu ouvi gritos seguindo o meu, então a terra estava gritando, os humanos berravam por socorro, e o tremor não parava, eu não parava. Eu não parava, eu não parava. Porque meu mundo estava caindo, e todas as pessoas que eu havia visto, mas não as conhecia. Estávamos todos morrendo. Eu estava morrendo junto. Pois aquele era o meu mundo, minha mente, caindo, caindo, morrendo, sacudindo tremendo, explodindo. ‘

Isso é tudo pessoal.

Um comentário:

  1. Oi retribuindo a visitinha...
    Mas é pra rir do post mesmo, chega a ser ridicula a situação. huashua
    Bom ano novo pra ti tb. =)

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